Insatisfeito com Tarcísio, Eduardo Bolsonaro fala em lançar candidatura independente em 2026
Deputado está nos EUA e não tem perspectiva de voltar ao Brasil, onde já foi indiciado pela Polícia Federal

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) estaria, segundo aliados, insatisfeito com Tarcísio de Freitas e já cogita a possibilidade de uma candidatura independente em 2026, mesmo que o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decida apoiar o governador de São Paulo ao Palácio do Planalto. Para Eduardo, uma eventual vitória de Tarcísio significaria o enfraquecimento do bolsonarismo como movimento político.
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Atualmente nos Estados Unidos, o deputado não tem previsão de volta ao Brasil, onde já foi indiciado pela Polícia Federal. Mesmo à distância, tenta articular uma anistia a investigados pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, o que o beneficiaria diretamente. Eduardo afirma que, caso não consiga retornar ao país, poderia se lançar candidato a partir do exterior — o que é permitido pela legislação, desde que o domicílio eleitoral esteja regularizado no Brasil.
Apesar da movimentação, especialistas lembram que há riscos de Eduardo ficar inelegível, já que ele é alvo de inquérito no STF por suposta atuação junto ao governo americano contra autoridades do Judiciário. Outro obstáculo seria a permanência dele no PL, já que a entrada de Tarcísio no partido é uma possibilidade. Nesse cenário, o deputado teria de buscar outra legenda até abril de 2026.
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Segundo aliados próximos, Eduardo avalia que só faz sentido manter o projeto de uma candidatura independente em 2026 se a anistia aos bolsonaristas for aprovada até abril. Nesse caso, abriria caminho para o próprio pai disputar novamente ou, em alternativa, ele mesmo assumir o protagonismo. Porém, mesmo sem a anistia, Eduardo já admite concorrer para manter o movimento vivo, ainda que sem grandes chances de vitória.
O racha na direita preocupa aliados. Alguns avaliam que a postura do deputado pode enfraquecer a base de Tarcísio de Freitas e desestimular uma eventual disputa do governador. A irritação cresceu nos últimos dias após fotos de Tarcísio jogando futebol ao lado de Gilberto Kassab (PSD), vista por Eduardo como um gesto de aproximação com o centrão às vésperas do julgamento de Jair Bolsonaro no STF.
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Enquanto Eduardo e Carlos Bolsonaro intensificam críticas a possíveis sucessores do pai, o senador Flávio Bolsonaro adota postura mais discreta. Interlocutores dizem que ele prefere não atacar Tarcísio, considerado um quadro relevante para a direita. Flávio, por morar em Brasília, tornou-se o principal elo entre Jair Bolsonaro e partidos políticos, com um tom mais conciliador que os irmãos.
Para Eduardo, porém, a eventual candidatura de Tarcísio em 2026 seria mais uma aposta do “sistema” do que da direita. Por isso, insiste na possibilidade de seguir um caminho próprio, mesmo em confronto direto com o pai e com o grupo político que ajudou a formar.
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